terça-feira, 24 de outubro de 2023

Review: Angra - Cycles Of Pain

 

Por Pedro Humangous

Como todo lançamento do Angra, muita expectativa é criada em torno de um novo álbum da banda. E com “Cycles Of Pain” não foi diferente, acompanhei os reports do estúdio disponibilizado pela banda no Youtube periodicamente. Pelos vídeos senti que o clima estava bom, os membros mais calmos, mais maduros – e até mais sérios – bem diferente dos reports dos álbuns anteriores, onde as piadinhas tomavam conta. E será que esse clima afetou as composições? Eu diria que sim. 

Ouvindo as novas músicas, senti um clima mais pesado, mais sombrio, ainda mais prog e moderno. É notório que atualmente as bandas têm usado mais peso nas gravações, guitarras cada vez com mais cordas. E aqui temos a mesma situação – acredito que muito se deve à influência do Andreoli nas composições de guitarra – um peso absurdo, afinação baixa. Combina com o Angra? Com o antigo não, mas com a proposta atual, sim. 

Para início de conversa, adorei a escolha da arte da capa, vívida, cheia de easter eggs remetendo à álbuns anteriores, bela sacada. Após uma rápida intro, “Cyclus Doloris” (que lembra muito as boas introduções da época de “Rebirth”), recebemos a primeira faixa, “Ride Into The Storm”, veloz, todos os músicos soltando o braço, naquele Metal “Speedone” como gostam de chamar. Destaque para a cama de teclados e orquestrações e, obviamente, a voz do Lione, super bem encaixada com o instrumental, bem mais agressivo e confortável. E que refrão viciante! “Dead Man On Display” vem soturna, diferente, quebradona e não menos interessante – destaque total para o Bruno Valverde, meteram até um breakdown no meio da música! “Tide Of Changes Part I e II” a gente já tinha ouvido nos singles que soltaram antecipadamente e agradam em cheio, apesar do refrão diferente, que leva um tempinho pra se acostumar. 

A surpresa vem com “Vida Seca”, uma semi balada, cantada em português pelo Lenine, seguida pelo Lione em inglês, com uma ambientação que vai crescendo e ganhando corpo. Vale mencionar que praticamente todas as faixas possuem uma pequena intro que antecede a música em si, achei um belo toque. Com isso chegamos em “Gods Of The World”, com letras um pouco mais incomuns se tratando de Angra, mas bem atuais e certeiras. Lembrou um pouquinho de Dream Theater, destaque para os solos emocionantes. 

A faixa título tira o pé do acelerador e serve como balanço na audição, com linhas de baixo absurdamente lindas e inspiradas. “Faithless Sanctuary” surpreende trazendo uma brasilidade ao som, seguida de uma quebradeira prog de deixar o queixo no chão. “Here In The Now” é mais uma das baladas, sinceramente uma das menos interessantes do álbum. Isso porque na sequência, com “Generation Warriors”, temos uma das melhores composições do disco, veloz, guitarras gêmeas, aquela pegada do Angra “das antigas” que tanto amamos. Candidata a virar clássico nos setlists futuros da banda. E pra fechar, “Tears Of Blood” traz um climão sombrio, cheio de piano, parecendo trilha sonora de filme. Um lindo refrão com Lione cantando no estilo ópera acompanhado da talentosa (arroz de festa) Amanda Somerville.

Um álbum bastante coeso, balanceado, longe da zona de conforto, escancarando a nova face do Angra. Nas primeiras audições senti dificuldade de digerir o que estava sendo proposto, os refrãos não grudam logo de cara, é preciso ter paciência e atenção para entender a mensagem completa que “Cycles Of Pain” traz. Vai dividir opiniões, certamente estará em muitas listas de melhores do ano. Apenas uma certeza, é o melhor disco da fase Lione. 

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Porão do Rock 2023

 


FESTIVAL PORÃO DO ROCK 25 ANOS
29/09, 30/09 E 1/10
EIXO CULTURAL IBEROAMERICANO (ANTIGA FUNARTE)
17:30
Censura 16 anos

Porão do Rock comemora 25 anos e convida os fãs do Festival para viverem novas experiências
Nos dias 29, 30 de setembro e 1º de outubro, o Eixo Cultural Ibero-Americano será palco da 25ª edição de um dos maiores festivais de rock do Brasil que contará com 28 atrações e ingressos a preços populares.

O Festival mais longevo da cidade não apenas entretendo, mas criando tendências e revelando artistas, o Porão do Rock reforça mais uma vez a sua importância. A 25ª edição será realizada nos dias 29 e 30 de setembro e 1º de outubro, apresentando no Eixo Cultural Ibero-Americano (antiga FUNARTE) um variado line-up com 28 atrações.

Nomes de peso no cenário local e nacional, como Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, Rita Lee por Beto Lee, CPM 22, Crypta, Plebe Rude, Dead Fish, Céu, Edu Falaschi Project 46, Torture Squad, Câmbio Negro, Day Limns, Luísa e Os Alquimistas, Selvagens a Procura de Lei, Joe Silhueta, Galinha Preta, Remobília, Eskrota, Switch Stance, Drenna, Zamaster, Orquestra Quadrafônica, Cadibode, Dennehy, Ypu, Evil Corpse, Kidsgrace, além de uma atração nacional em negociação, se apresentarão a preços populares.

A edição comemorativa de 25 anos do Festival Porão do Rock levará novidades, como os dois palcos que vão emocionar o público ao homenagear Rita Lee e Canisso, nomes importantes da música que nos deixaram este ano; o novo local, no Eixo Cultural Ibero-Americano (antiga FUNARTE), terá uma estrutura confortável e funcional montada em um espaço histórico para quem há tempos respira cultura na cidade; e por fim, não menos importante, uma expansão do papel social e transformador do festival.

Para o produtor e membro fundador do Porão do Rock, Gustavo Sá, o público é o grande protagonista do Festival. Os nossos fãs são essenciais para um grande evento. Nunca imaginei que o Porão do Rock chegaria a um quarto de século, ainda mais com tanta relevância e antenado às mudanças sociais, culturais e econômicas dos tempos atuais., destaca.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Hell Divine: Os melhores de 2019


Por Pedro Humangous 

2019 foi o ano que marcou minha transição do material físico para o digital, efetivamente. Sempre ouvi bastante coisa através dos vídeos relacionados do Youtube, alguns mp3 enviados pelos amigos e timidamente por plataformas digitais (Spotify, Deezer). Esse ano utilizei o streaming com mais força e os resultados foram incríveis! Descobri muita banda nova e tive a oportunidade de dar mais atenção aos trabalhos que foram lançados nesse ano. A música me acompanha durante toda a minha jornada diária, seja para acordar, no caminho do trabalho, no horário de almoço e pra dormir. Isso não quer dizer que deixei de comprar meus discos físicos, desse “mal” ainda sofro bastante. Tenho focado na minha coleção em edições especiais, boxes e principalmente na tentativa de conseguir comprar os melhores do ano – tarefa difícil, pois a maioria não é lançada por aqui, infelizmente. 

A quantidade de bandas e álbuns sensacionais que descobri esse ano foi tão grande que resolvi expandir a lista para 20 melhores e não mais 10 como anteriormente. Obviamente, grandes nomes ainda estão presentes nessa lista, mas a quantidade de novatos me surpreendeu. Sim, eu sei que é difícil dar uma chance a nomes desconhecidos, mas, confie nas indicações que estamos dando nessa seleção, certamente achará algo do seu agradado e que fará sua cabeça dar um nó, assim como aconteceu com a minha. Eu sei que é clichê, mas definitivamente, apesar de todas as dificuldades, o Metal está mais vivo do que nunca! 

E olha que legal, montamos uma playlist com uma faixa de cada banda pra você conhecer e curtir!

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1 - Wilderun – Veil Of Imagination


2 - In Mourning – Garden Of Storms


3 - Killswitch Engage – Atonement


4 - Gloryhammer – Legends From Beyond The Galactic Terrorvortex


5 – Cattle Decapitation – Death Atlas


6 - Infant Annihilator – The Battle Of Yaldabaoth


7 - Ring Of Saturn – Gidim


8 - Born Of Osiris – The Simulation


9 - Voice Of Ruin – Acheron


10 - Shadow Of Intent – Melancholy


11 - Children Of Bodom - Hexed


12 - Rhapsody Of Fire – The Eighth Mountain


13 - Amon Amarth - Beserker


14 - Evergrey – The Atlantic


15 - Age Of Artemis - Monomyth


16 - John Wayne – Purgatório


17 - Midnight Priest – Aggressive Hauntings


18 - Devin Townsend – Empath


19 – Splattered - Carnivortex


20 - AngelMaker – AngelMaker



Melhor Ao Vivo: King Diamond – Songs For The Dead


Melhor DVD/Bluray: Amon Amarth – The Pursuit Of Vikings


Melhor Capa: Baroness – Gold & Grey


Revelação: Ice Nine Kills

domingo, 30 de dezembro de 2018

Descobertas (infernais) da semana!


Seguindo a ideia do Spotify, onde a plataforma te apresenta uma playlist especial para cada usuário, criamos uma lista com bandas menos conhecidas e que merecem sua atenção! Tem de tudo um pouco, para todos os gostos! Temos a certeza de que você vai curtir pelo menos uma das 10 apresentadas abaixo!

Falando em Spotify, aproveitem para nos seguir por lá: https://open.spotify.com/user/helldivinemetal


Ocean Groove – The Rhapsody Tapes


Below - Across The Dark River


Wage War – Stitch


Righteous Vendetta – Cursed


Black Sites - In Monochrome



Lunar Shadow - Far from Light


Witherfall - Nocturnes and Requiems


Sikth - The Future In Whose Eyes


Archspire - Relentless Mutation



domingo, 23 de dezembro de 2018

Review: Dying Kingdom – Solitude


Por: Victor Augusto

Engraçado como no mercado atual é tão difícil da gente se aprofundar em alguma banda ou em um determinado disco, porém em alguns casos, a qualidade do material acaba nos prendendo a atenção por proporcionar inúmeros detalhes criados em sua obra. Ao ouvir os brasilienses do Dying Kingdom, já foi possível perceber que o seu som é bem diferenciado e isso tem um pouco de ligação com a história da banda. Apesar de terem surgido somente em 2015, o seu embrião foi ainda nos anos 2000, quando se chamavam FixXeR, nome inspirado em uma música do Metallica. Após alguns hiatos e mudanças na formação, o seu disco de estreia surge bem completo e complexo, envolvendo músicas que imergiram dentro de inúmeros estilo.

Sintetizando a cara da banda, é como se tivéssemos o peso das guitarras do Metallica no início dos anos noventa, mas com uma certa técnica e melodia de bandas de Heavy Metal tradicional e sublimes partes até mesmo de Country ou Blues. A bateria é precisa, com várias alternâncias de ritmo e sem muitas firulas. O baixo não se perde em meio a toda essa parede sonora, tendo o seu destaque. Já o vocal é surpreendente por suas variações. Em certos momentos há um espírito Phil Anselmo de agressividade, em outros há uma pegada James Hetfield de empolgação. Claro que existe o lado melódico, onde a interpretação das emoções das letras é levada à tona, de uma forma muito bem feita. Não que soe cópia de ninguém, muito pelo contrário, afinal a experiência de seus integrantes acaba sendo o diferencial para dar uma boa identidade ao som e essas influências foram bem diluídas em meio a tudo isso.

O disco começa de uma forma bem direta com a faixa “Last Day On Earth” que exalta a raiz Thrash Metal da banda enquanto a melodia marcante do refrão de “Fear Of Fear” remete um pouco mais o lado sentimental da banda. Se a cadência interessante na bateria de “Until The End” abre espaço para um som mais arrastado com uma atmosfera mais densa, a balada “Same Old Song” já mostra que a banda sabe explorar várias vertentes sem se perder ou soar confusa. Ainda há o encerramento do álbum de uma forma calma, com uma linda passagem de piano, lembrando algo de linha Pink Floyd em seus últimos álbuns, na faixa ”Blue Dot”.


Temos um disco abrangente, com 12 músicas, mostrando que o Dying Kingdom sabe o que está fazendo, sem se perder nas inúmeras vertentes na qual explora. Aliando temas que retratam assuntos mais palpáveis como dilemas pessoais, a ótima produção que captou bem a proposta e a excelente parte gráfica, então o resultado não poderia ser menos do que uma bela obra de arte.  


Tracklist:
1. Last Day on Earth
2. Dead Man's Dance
3. Fear of Fear
4. Solitude
5. Same Old Song
6. Long Road
7. Like a Game
8. Sociopath
9. Paradise
10. Singularity
11. Until The End
12. Blue Dot

Formação:
Marcos V. - Voz
Marcus Valls - Guitarra
Pedro Assumpção - Bateria
Renato Miranda - Baixo
Diogo Caparelli - Guitarra

Site: http://www.dyingkingdom.com

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Hell Divine: Os melhores de 2018



Top 10 (em ordem alfabética):

Anaal Nathrakh - A New Kind Of Horror
Deicide  - Overtures Of Blasphemy
Exmortus - The Sound Of Steel
Fleshpyre - Unburying the Horses of War
Ihsahn - Ámr
Mayan - Dhyana
Obscura - Diluvium
Powerwolf - The Sacrament Of Sin
Revocation - The Outer Ones
Soulfly - Ritual


Menções honrosas:

Ghost - Prequelle
Brainstorm - Midnight Ghost
Sigh, 'Heir to Despair'
Between The Buried And Me - Automata I' + 'Automata II
The Ocean - Phanerozoic I: Palaeozoic


O que gostaria pra 2019:

Novo álbum das bandas/projetos: Bittencourt Project, Demons & Wizards, Domine, King Diamond, Divine Heresy.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Review: Enslaved - E


Por Augusto Hunter


Dissecar um disco nunca é uma tarefa fácil. Ouvimos diversas vezes o mesmo lançamento até termos alguma coisa bruta e concreta a dizer, algumas vezes, em meu caso, ouvir duas vezes, ou mesmo três é o bastante para começar a resenha-lo, mas no caso do Enslaved, tudo é elevado meu caro, até mesmo porquê estamos falando de um dos ícones do Black Metal Mundial e hoje em dia, em meu ponto de vista, se tornando um ícone também no Prog Metal, já que os flertes e a principal diferenciação da banda estão ficando cada vez mais evidentes, com o passar dos anos e de seus lançamentos. Em seu novo lançamento, "E", o Enslaved continua surfando na onda Progressiva e completamente diferenciada, pois a adição do vocal rasgado de Grutel Kjelsson (baixo/vocal), contrastando com Håkon Vinje e seu belo vocal limpo e seus teclados, que nesse disco estão fazendo um trabalho fenomenal. A banda gravou o disco no Duper & Solslottet Studios, Conclave & Earshot, Peersonal Sound, Bergen, na Noruega, esse disco marca a estréia de Håkon nos teclados e ele veio fazendo um serviço incrível. A banda vem cada vez mais “amaciando” a música feita, com mais influências Progressivas do que o Black Metal geralmente esperado por eles, mesmo assim, o trabalho deles é sensacional. A arte da capa, assinada por Truls Espedal, nos trás a letra E, em formato rúnico, como lembrando um M, mas tem uma explicação, ligada à principal inspiração de suas letras, que são a Cultura Viking e ela quer dizer cavalo, o que liga diretamente a maravilhosa música "Sacred Horse". O disco abre com a belíssima "Storm Son", que possivelmente ainda possa carregar um pouco de agressividade, mas a ambientação e progressividade da música é maravilhosa. "The Rivers Mouth" é uma com riffs cativantes, sempre caminhando em uma ambientação maravilhosa e passagens de vocal do Grutle e Håkon em um lindo contraste. Vamos da faixa que pra mim é destaque do disco, Hiindsiight, essa que nos trás aquela ambientação e clima incríveis, que somente o Enslaved vem criando nos últimos anos, mas dessa vez com uma adição de um saxofone, esse gravado por Kjetil Møster. Esse sax nos entregou uma camada extra de clima incrível, tem até mesmo um tom mais caótico na música, dado por ele, que ficou absurdo. Bem, depois dessa maravilhosa faixa, "Djupet" tem ainda mais peso e clima, assim como "What Else Is There", fechando com maestria o petardo. Se você que lê aqui está achando que esse é um disco fácil de entender e digerir, não amiguinho, esse não é nada simples de ouvir, mas tenho certeza que o tempo que você investir ouvindo esse disco, ou mesmo qualquer um outro da banda, tenha certeza que você terá uma hora de qualidade, pois eles não deixam a desejar em nada em sua proposta.

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sexta-feira, 18 de maio de 2018

Review: Epica – The Solace System


Por Leandro Fernandes

Tendo em vista que o Metal Sinfônico teve seu ápice no final da década de 90 e início dos anos 2000, muita banda se perdeu, pouco se reinventou e outras acabaram mesmo no esquecimento, exceto o Epica que sempre investiu em criatividade e inovação a cada trabalho lançando e seguem firmes, longes de clichês e mesmice. A prova disso se chama “The Solace System”, último EP da banda que merece uma valiosa atenção. A belíssima Simone Simons e sua trupe nos mostra em seis faixas como é feito algo com bastante dedicação e honestidade. A banda nunca temeu na inovação que hoje os coloca como grandes no estilo e até mesmo com uma das bandas mais importantes no cenário mundial. “The Solace System” mescla os primórdios da banda com a inovação adquirida com anos de dedicação e garra. A pegada progressiva imposta por Mark Jansen em suas melodias mostram o quão rica e original é. Coen Janssen se mostra imponente no quesito piano e teclados, excelentes variações e também sem esquecer a linda cozinha composta por Rob Van der Loo (baixo) e Ariën van Weesenbeek (bateria), a sincronia aqui é de cair o queixo. As seis faixas são realmente bem trabalhadas, a começar por a que batiza o disco “The Solace System”, inicia com um lindo coro emendado pelo poderoso riff e claro, Simone dando todo o charme com sua voz suave e ao mesmo tempo potente. Seguindo para “Fight Your Demons” mostram realmente o que é um Metal Sinfônico bem trabalhado e com um grande destaque para a forte presença dos backings vocals. Já com uma pegada bem progressiva, “Architect Of Light” é imponente e de um refrão verdadeiramente lindo, excelentes escalas de baixo com muita técnica. Resgatando um pouco da fase inicial da banda “Wheel Of Destiny” é pura e direta, fizeram o básico e bem longe daquele “arroz com feijão”, música muito bem trabalhada. “Immortal Melancholy” surge para acalmar um pouco os ânimos com uma pegada acústica, sabemos que Simone se destaca de forma surpreende em músicas assim e com essa não foi diferente, voz limpa, bem imposta e marcante. Encerrando com “Decoded Poetry”, voltam com força máxima em uma mescla symphony prog de muito bom gosto, onde mais uma vez o baixo se mostra muito presente, destaque também para o belo trabalho das guitarras com excelentes riffs acompanhados do teclado. Podemos dizer que este EP simplesmente prova que o Epica é, e sempre será, o carro chefe do Metal Sinfônico dos tempos atuais. Vale cada segundo da audição!

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segunda-feira, 30 de abril de 2018

Review: Angra - Ømni



Por Pedro Humangous

Passaram apenas três anos desde a terceira revolução que o Angra sofreu, mas pareceu uma eternidade esse tempo que tivemos que esperar para um novo álbum de inéditas da banda. Passado o “susto” com a entrada do Fabio Lione, agora temos um grupo muito mais entrosado e coeso, focado no objetivo de construir novas canções, que tragam a evolução da banda sem perder a personalidade adquirida ao longo da carreira. Toda banda precisa da sua base de fãs, mas infelizmente, quando se atinge um nível mundial como o Angra, essa mesma base às vezes atrapalha. Temos as viúvas do André, viúvas do Edu, tem o pessoal que sente saudade do Aquiles, que reclama da ausência do Kiko e os haters do Lione. Esse é o novo Angra, você goste ou não. Se curte a fase antiga, simples, basta ouvir os discos daquela época, não precisa ficar na internet comentando que a banda morreu, etc. “Secret Garden” foi realmente bem diferente do que estávamos acostumados, mesmo assim foi um dos discos do ano pra mim. Um dos fatores que notei e gostei bastante é que a banda se atualizou e entendeu o momento que vivemos hoje, saindo daquele pedestal de artista famoso e descendo para falar com seus fãs. A melhor decisão que tiveram foi de documentar todo o processo de criação das músicas, do dia a dia na Suécia para a gravação com o Jens Bogren. Acertaram em cheio ao trazer as pessoas para perto da banda, respondendo os comentários nas redes sociais, fazendo piadas consigo mesmo – humanizaram o Angra! Acompanhei cada vídeo que era postado, me sentia envolvido no processo criativo e no fim ficava a sensação de que éramos amigos dos membros da banda. Tudo isso gerou uma expectativa enorme nos fãs. Quando o “Ømni” saiu, já estávamos familiarizados com os riffs, solos, alguns trechos vocais, etc. Foi muito mais fácil digerir as novas músicas quando foram lançadas. O Rafael Bittencourt falou que esse seria um elo entre todos os álbuns lançados pela banda anteriormente e, realmente, ele o faz, de forma sutil, porém perceptível. Dá pra sentir uns toques do “Holy Land”, “Rebirth”, “Temple Of Shadows”, “Secret Garden”. A faixa de abertura, “Light Of Trancendence” já começa remetendo à “Nova Era” (até levei um susto na primeira vez que ouvi), e é, sem dúvidas, uma das melhores músicas já feitas pelo Angra, simplesmente perfeita de ponta a ponta. Na sequência temos “Travelers Of Time” (que gerou muita polêmica quando o Lyric Video foi lançado), trazendo temperos de brasilidade na levada de bateria do Bruno Valverde, um toque bem progressivo nos riffs e inserções de teclado – me lembrou um pouco do que o Iron Maiden vem fazendo nos discos mais recentes. “Black Widow´s Web” também traz seu toque de polêmica por conta da presença da Sandy nos vocais limpos e sutis contrastando com o gutural (isso mesmo, Angra com vocal gutural!) da Alissa White-Gluz (Arch Enemy) – achei a ousadia sensacional e a música ficou ótima! “Insania” me trouxe de volta à álbuns como “Aqua” e “Aurora Consurgens”, um Melodic Metal mais “diretão”, com refrão pegajoso. “The Bottom Of My Soul” é toda cantada pelo Rafa e é uma bela semi-balada, transbordando bom gosto e muito feeling – podia muito bem estar em um novo disco de sua carreira solo. “War Horns” vem na sequência esbanjando técnica e velocidade, com destaque para as linhas de bateria e principalmente para o solo insano do Kiko Loureiro - isso sem falar no mini breakdown que fizeram na metade pro fim, lembrando o Sepultura atual. “Caveman” se mostra inusitada e diversificada, trazendo aquela energia do “Temple Of Shadows”, com uma quebra no ritmo dando espaço para lindas inserções de baixo e percussões. É preciso dizer que o Marcelo Barbosa é um monstro nas guitarras, trouxe mais peso e mais técnica aos solos, realmente um substituto/complemento à altura da banda. “Magic Mirror” traz mais experimentalismos, mudanças de vocais e passagens viajantes, mas tudo sem perder o jeito Angra de ser. A balada “Always More”, apesar de simples, é belíssima, mostrando todo o poder e versatilidade do Fabio. O real desafio vem em “Silence Inside”, com mais de oito minutos de duração, é uma verdadeira jornada, uma montanha russa de sensações, alternâncias de tempos, ritmos, vocais, você simplesmente não sabe o que esperar do minuto seguinte – simplesmente brilhante! E fechando o disco, temos a maravilhosa “Infinite Nothing”, toda instrumental em forma de orquestra, trazendo de volta os temas de “Ømni”. Se tivesse que resumir esse álbum, diria que é um trabalho empolgante do começo ao fim, com toques de loucura e genialidade, mostrando um Angra maduro e rejuvenescido ao mesmo tempo. Um dos melhores álbuns na discografia da banda, resumindo toda sua história em um novo capítulo. Fico feliz com o que nos apresentaram e ansioso pelo que ainda está por vir!



Acompanhe a banda no Youtube: https://www.youtube.com/user/AngraChannel
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