Uganga recebe a imprensa
no lançamento do seu novo trabalho, que carrega o título de Opressor
A
profissionalização do rock e metal na cena underground trouxe muita coisa boa
para os fãs e imprensa, mas assim como uma receita de bolo, alguns cuidados
devem ser tomados. Como entender a linguagem de seu cliente, qual o ambiente
que o grupo deve apresentar seu trabalho. E nisso o Som do Darma (management do
grupo mineiro Uganga) acertou em cheio, numa agradável noite de segunda-feira
(10/11).
Foto: Laura Gallotti
A
festa, realizada no Puxadinho da Praça foi o condutor para que tudo rolasse em harmonia. Destinado
as mais variadas manifestações culturais, o espaço, localizado na região de
Pinheiros (SP) apresenta novos e consagrados artistas de diferentes segmentos
musicais. Os grafites na entrada, o estilo alternativo por dentro da casa e
proporciona um clima quase familiar, fugindo do clima de competição que
acontece em boa parte das coberturas e shows.
Quando
cheguei, por volta das 21h, era possível ver jornalistas de veículos diversos,
e cerca de meia hora depois, banda e management chamam imprensa e convidados
para declamarem algumas palavras sobre a concepção do trabalho.
Representada
por Manu Joker (vocal, ex-Sarcófago), Marco Henriques (bateria) e Mauricio
“Murcego" Gonzalez (guitarra, que substitui temporariamente Christian Franco),
chamaram os presentes e contaram um pouco da concepção do trabalho, com
destaque para as dificuldades de uma banda independente, que muitos ainda
pensam que ter um grupo se limita apenas a tocar e compor.
Após
as breves palavras, foi exibido o clipe de “Casa”, que fala exatamente sobre a
vida de uma banda na estrada.
Opressor, o álbum
Para
o vocalista Manu Joker, o Opressor é um espelho de nossas fraquezas, cuja capa
tem espalhada alguns desses personagens, como a ganância, as drogas, guerras e
sexo, com letras que soam como um tapa na cara do ouvinte, pois citam coisas
que estão aos nossos olhos e não percebemos, ou fingimos que não existem, como
a citada “Casa” e a faixa-título, que fala de afirmação e o confronto com
nossos inimigos internos.
Musicalmente
o trabalho faz um paradoxo interessante com os primeiros dias do grupo, pois no
início de carreira, o Uganga era um grupo voltado ao experimental, e embora
esse lado fosse uma constante nos discos, em Opressor ele aparece mais forte,
como as narrações de “Guerra” e “Guerreiro”, só para citar alguns exemplos.
Além disso, “Opressor” é um dos discos
mais agressivos da banda como o groove pesado de “O Campo”, com um refrão que
gruda na mente “Veredas”, que soa como um hino de libertação, além da versão
para “Who Are the True” (Vulcano), que conta com as participações de Murillo
Leite (Genocídio) e Ralf Klein (Macbeth). Vale lembrar que um dos autores da
canção, Arthur Von Barbarian (Vulcano) e o frontman do Genocídio estavam
presentes na audição! Não é preciso dizer mais nada né?
Foto: Mattielo Anderson
Apesar de ter ido embora pouco após ás
22h15, a noite foi maravilhosa, onde este voltou pra casa com um sorriso de
orelha a orelha, pela grande oportunidade de ver um grupo que conheceu graças a
esse grande lance chamado Underground, que sem amarras e soberbas, cravou (e
ainda crava) seu lugar na vida de muitos.
Por João Messias Jr.
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