quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Uganga: ouvimos o novo álbum em primeira mão! Confira!

Uganga recebe a imprensa no lançamento do seu novo trabalho, que carrega o título de Opressor

A profissionalização do rock e metal na cena underground trouxe muita coisa boa para os fãs e imprensa, mas assim como uma receita de bolo, alguns cuidados devem ser tomados. Como entender a linguagem de seu cliente, qual o ambiente que o grupo deve apresentar seu trabalho. E nisso o Som do Darma (management do grupo mineiro Uganga) acertou em cheio, numa agradável noite de segunda-feira (10/11).

Foto: Laura Gallotti

A festa, realizada no Puxadinho da Praça foi o condutor para que tudo rolasse em harmonia. Destinado as mais variadas manifestações culturais, o espaço, localizado na região de Pinheiros (SP) apresenta novos e consagrados artistas de diferentes segmentos musicais. Os grafites na entrada, o estilo alternativo por dentro da casa e proporciona um clima quase familiar, fugindo do clima de competição que acontece em boa parte das coberturas e shows.

Quando cheguei, por volta das 21h, era possível ver jornalistas de veículos diversos, e cerca de meia hora depois, banda e management chamam imprensa e convidados para declamarem algumas palavras sobre a concepção do trabalho.

Representada por Manu Joker (vocal, ex-Sarcófago), Marco Henriques (bateria) e Mauricio “Murcego" Gonzalez (guitarra, que substitui temporariamente Christian Franco), chamaram os presentes e contaram um pouco da concepção do trabalho, com destaque para as dificuldades de uma banda independente, que muitos ainda pensam que ter um grupo se limita apenas a tocar e compor.

Após as breves palavras, foi exibido o clipe de “Casa”, que fala exatamente sobre a vida de uma banda na estrada.

Opressor, o álbum

Para o vocalista Manu Joker, o Opressor é um espelho de nossas fraquezas, cuja capa tem espalhada alguns desses personagens, como a ganância, as drogas, guerras e sexo, com letras que soam como um tapa na cara do ouvinte, pois citam coisas que estão aos nossos olhos e não percebemos, ou fingimos que não existem, como a citada “Casa” e a faixa-título, que fala de afirmação e o confronto com nossos inimigos internos.


Musicalmente o trabalho faz um paradoxo interessante com os primeiros dias do grupo, pois no início de carreira, o Uganga era um grupo voltado ao experimental, e embora esse lado fosse uma constante nos discos, em Opressor ele aparece mais forte, como as narrações de “Guerra” e “Guerreiro”, só para citar alguns exemplos.
Além disso, “Opressor” é um dos discos mais agressivos da banda como o groove pesado de “O Campo”, com um refrão que gruda na mente “Veredas”, que soa como um hino de libertação, além da versão para “Who Are the True” (Vulcano), que conta com as participações de Murillo Leite (Genocídio) e Ralf Klein (Macbeth). Vale lembrar que um dos autores da canção, Arthur Von Barbarian (Vulcano) e o frontman do Genocídio estavam presentes na audição! Não é preciso dizer mais nada né?

Foto: Mattielo Anderson
                                                                                                 

Apesar de ter ido embora pouco após ás 22h15, a noite foi maravilhosa, onde este voltou pra casa com um sorriso de orelha a orelha, pela grande oportunidade de ver um grupo que conheceu graças a esse grande lance chamado Underground, que sem amarras e soberbas, cravou (e ainda crava) seu lugar na vida de muitos.

Por João Messias Jr.

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