Por Pedro Humangous
Se tem uma coisa que admiro é o
Hardcore feito no Brasil. Dá pra sentir a sinceridade dos caras nas letras, a
ira das guitarras, a pancada na batera e as chibatadas das cordas do baixo. “Instinto
Ruim” já é o terceiro álbum da banda Worst, que, ao contrário do nome, são um
dos melhores no estilo em nosso país. É notória a evolução a cada disco
lançado, fortificando sua reputação, ganhando novos admiradores e fiéis
seguidores. O fato de cantarem em português já ajuda muito no entendimento das
mensagens, todas fortes e impactantes, fazendo quase que automaticamente o
punho cerrado e o ódio no olhar tomem conta de nossas almas. O som não tem
frescuras, é ríspido, direto e devastador. Gostei muito da produção desse
material, a qualidade de gravação está ótima, bela mixagem e timbragem dos
instrumentos. Os vocais rasgados de Thiago Monstrinho trazem aquele clima de
agonia e pressa, praticamente cuspindo palavras raivosas em nossos ouvidos que
sangram com cada batida do baterista Fernando Schaefer. As guitarras de Tiago
Hospede e o baixo de Ricardo Brigas caminham juntos feito dois tanques de
guerra, com tiros certeiros em forma de riffs. Temos algumas participações
especiais como a do Fábio Figueiredo (John Wayne) na faixa “Precipício” e de
Billy Graziadei (Biohazard), Carl Schwartz (First Blood) e Mathias Tarnath
(Nasty) na faixa bônus “Urban Discipline” – uma das duas cantadas em inglês no
disco, a outra é a ótima “Right To Kill”. A arte gráfica (tanto a capa quanto o
encarte) é bem simples e sóbria, sem grandes atrativos, mas passa o recado logo
de cara. Se essa é sua praia, “Instinto Ruim” é mais do que recomendado. Se
ainda não é, tá mais do que na hora de descer a serra e ganhar um bronzeado. Nota:
8,5
Contato:
http://www.worsthcsp.com/
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