domingo, 16 de julho de 2017

Review: Dragonforce – Reaching Into Infinity


Por Pedro Humangous

O Dragonforce vem com uma dura tarefa nas costas, superar o grande momento que foi o auge com “Through The Fire And Flames”. Após a enorme repercussão mundial a banda ficou pressionada a sempre compor algo mais técnico, mais veloz e mais empolgante. O fato é que após a saída do seu vocalista ZP Threat, a banda se sentiu um pouco sem rumo, tentando se reencontrar. Demoraram a decolar novamente, foi esquentando com “The Power Within” e ganhou mais força em “Maximum Overload” (lançamento que na época marcou a saída do baterista Dave Mackintosh para a entrada de Gee Anzalone). “Reaching Into Infinity” traz mais uma vez a arte do brasileiro Caio Caldas ilustrando a capa, dando um toque de modernidade e aquele clima high tech que se apropriaram desde “Ultra Beatdown”. O novo trabalho está realmente mais empolgante e muito bem trabalhado, abusando de todos os ingredientes que os fizeram famosos, bateria ultra veloz, riffs absurdamente incríveis, teclados e mais teclados, refrãos pegajosos e de fácil assimilação. A fórmula se repete ano após ano, mas ainda funciona muito bem. Achei que a banda aqui está mais à vontade, mais entrosada, as músicas fluem com naturalidade e são todas muito boas, você ouve o disco completo sem aquela vontade de pular uma faixa ou outra. Os pontos fracos ficam por conta das letras, bobinhas e sem inspiração, trazendo mais do mesmo, além dos refrãos parecerem iguais a outras músicas deles mesmos, aquela sensação constante de déjà vu. O ponto forte fica para o peso extra que colocaram nas músicas, estão mais agressivas, flertando com o Prog e o Thrash – ouçam uma passagem em “Judgment Day” (quase Dream Theater) e a pancadaria em “War!”, gratas surpresas e inovações inesperadas. Destaques para “Ashes Of The Dawn” que me lembrou da fase inicial da banda e “Land Of Shattered Dreams” por sua velocidade e duelos de tirar o fôlego entre guitarras e teclados. Um ponto que vale mencionar é que a maioria das músicas foi composta pelo baixista Frédéric Leclercq, talvez por isso tenhamos sentido essa evolução no som da banda nos últimos anos. Nessa edição brasileira, temos um lançamento em digipack, lindíssimo, contendo duas faixas bônus e um DVD extra com três faixas gravadas ao vivo na Polônia no Woodstock Festival em 2016. Eles estão conseguindo se manter atrativos após tantos anos de estrada e com tanta concorrência pela atenção do ouvinte. Estão no rumo certo, me fazem querer ouvir mais e mais. Resumindo esse novo álbum, eu diria que é o trabalho mais homogêneo e maduro do Dragonforce, trazendo tudo aquilo que os fãs mais gostam e elementos novos que ninguém esperava!


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