quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Review: Paradise Lost – Medusa


Por Pedro Humangous

Resenhar um disco de uma banda consagrada parece fácil, mas é tarefa difícil. Principalmente quando estamos falando dos mestres do Doom, Paradise Lost. Após alguns anos mais voltados para um som mais arrastado e “limpo”, foi bom ver os caras apostando em algo mais agressivo, voltando com os vocais guturais como nos velhos tempos. Surpreenderam bastante em 2015 com o excelente “The Plague Within”, e repetem a dose agora em 2017 com “Medusa”. A arte da capa, nada tradicional, já impacta bastante pela falta de contraste (tudo meio chapado, sem muitos detalhes e acabamentos) e pelo roxo gritante – confesso que, apesar da simplicidade, gostei. “Fearless Sky” abre o álbum de forma magnífica, magistral, com mais de oito minutos de duração, a introdução é épica, seu andamento remete a um zumbi repleto de correntes, o caminhar arrastado aparentemente sem rumo, mas raivoso e sedento. Depois de tantos anos e tantos discos lançados, obviamente os caras acertaram os ponteiros e aqui tudo soa perfeito, o timbre das guitarras está surreal, o baixo sujo e presente, a bateria seca na medida certa e as vozes de Nick Holmes estão estupendas – “Gods Of Ancient” é um perfeito exemplo. Uma coisa que não podemos negar é a ousadia na carreira do Paradise Lost, eles nunca deixaram de arriscar e a cada novo álbum lançado gera uma expectativa enorme – o que será que eles trouxeram dessa vez? “Medusa” está muito mais Doom do que anteriormente, os vocais guturais prevalecem e as composições estão ainda mais densas, mais obscuras. Esse trabalho soa como a trilha sonora do fim dos tempos, um pano de fundo para os dias tristes em que vivemos atualmente. Mas não pensem que o lado Gótico foi deixado de lado, muito pelo contrário, está presente como nunca, mas mais bem dosado e misturado de forma inteligente entre os riffs insanos que Greg Mackintosh e Aaron Aedy criaram. O clima soturno e melancólico estranhamente conforta os ouvidos – basta ouvir “The Longest Winter” para entender. O disco todo tá um arregaço, mesmo assim ainda vale destacar as excelentes “No Passage For The Dead” e “Blood & Chaos”, ambas de arrepiar! A versão nacional, lançada pela Shinigami Records, ainda conta com duas faixas bônus, “Shrines” e “Symbolic Virtue”. Sei que é muito arriscado dizer isso, mas talvez este seja um dos melhores álbuns da carreira do Paradise Lost, exatamente por ser mais coeso, um resumo de tudo o que de melhor eles apresentaram ao longo dos anos. Bom, o melhor a fazer é ouvir e tirar suas próprias conclusões. O que é inegável é a qualidade desse trabalho e a certeza de que figurará entre os melhores do ano. Clássico absoluto!


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